Série
Conhecimento Africano
e Afro-brasileiro
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As populações africanas e as populações negras no Brasil produzem conhecimentos importantes para a vida social, política, econômica e cultural das sociedades contemporâneas. Nesta série procuramos abordar os temas de interesse das populações afrodescendentes para melhor compreensão pela sociedade das inscrições históricas deste grupo na sociedade brasileira. Esta série pretende realizar a publicação de livros enfocando de maneira transdisciplinar os diversos temas sobre populações negras nas diversas áreas do conhecimento.
Diretores da Série
Prof. Dr. Henrique Cunha Júnior
Prof. Dr. Estanislau Ferreira Bié
Prof.ª. Me. Maria Saraiva da Silva
Comitê Científico
Ana Beatriz Souza Gomes
Universidade Federal do Piauí-UFPI
Cicera Nunes
Universidade Regional do Cariri-URCA
Cláudia Teixeira Marinho
Universidade Federal do Ceará-UFC
Eduardo Davi de Oliveira
Universidade Federal da Bahia-UFBA
Estanislau Ferreira Bié
Universidade Federal do Ceará-UFC
Francisco Valdemy Acioly Guedes
Universidade Federal do Ceará-UFC
Gustavo Henrique de Araújo Forde
Universidade Federal do Espírito Santo-UFES
Henrique Cunha Júnior
Universidade Federal do Ceará-UFC
Ivan Costa Lima
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira-UNILAB
Izabel Cristina Evaristo da Silva
Universidade Federal da Paraíba-UFPB
João Marcus Figueiredo Assis
Universidade Federal do Estado do RJ-UNIRIO
Kiusam Regina de Oliveira
Universidade Federal do Espirito Santo-UFES
Leandra Gonçalves dos Santos
SME/Vitória-ES
Marcilene Garcia de Souza
Instituto Federal da Bahia-IFBA
Maria Auxiliadora Martins da Silva
Universidade Federal de Pernambuco-UFPE
Maria de Fátima Vasconcelos da Costa
Universidade Federal do Ceará-UFC
Maria Saraiva da Silva
Universidade Federal do Estado do RJ-UNIRIO
Marizilda dos Santos Menezes
Universidade Estadual Paulista-UNESP
Rinaldo Pereira Pevidor
SME/Vitória-ES
Apresentação da Série Conhecimento Afrodescendente
A história arqueológica das civilizações africanas remonta a mais de 10.000 anos e constituíram um grande acervo de conhecimento para a humanidade de onde reconhecemos às escritas, as filosofias, as matemáticas, a medicina e os urbanismos como invenções africanas. As sociedades africanas de uma maneira geral atingiram no passado grande nível de desenvolvimento cultural e intelectual que obteve o seu esplendor entre os séculos segundo e décimo sexto da era cristã. As invasões otomanas e depois europeias subdesenvolveram o Continente Africano nos séculos seguintes. Um dos fatores deste subdesenvolvimento foi à existência do sistema criminoso de escravismo nas Américas para onde imigraram pela força mais de 10 milhões de africanos. Como a principal mão de obra na formação da sociedade brasileira durante quatro séculos foi a do trabalho forçado da população negra, constituída de africanos e descendentes, os conhecimentos e práticas de vida destas populações irrigaram a vida brasileira. Os sistemas de dominação europeu e eurocêntricos produziram o escravismo criminoso e racismo antinegro, além de formas de desqualificação social da população negra no Brasil, sendo que quem colonizou o Brasil foram africanos e seus descendentes. Como resultado deste imenso processo, tanto a flora quanto a fauna brasileira foram alteradas pelos produtos e conhecimentos africanos. A sociedade brasileira é debitaria das sociedades africanas nas suas tecnologias e modos de adaptação das populações à produção nos trópicos. Portanto definimos que: Africanidades é um conceito que marca a unidade do conhecimento africano mesmo na presença de uma diversidade de povos e populações. Existe um eixo civilizatório africano partindo das civilizações do rio Nilo, denominadas Etiopês, Núbias e Egípcias que dissemina e transforma o interior do Continente Africano. E Afrodescendência é a organização desta diversidade africana na diáspora brasileira. Refere-se às populações africanas transportadas para o Brasil, e que aqui reorganizaram os seus conhecimentos em novos moldes e possibilidades. São populações que vivenciaram o escravismo criminoso, e se inseriram no capitalismo racista antinegro de forma atuante procurando soluções possíveis para seus modos de vida. A população negra brasileira, a cultura negra e o protagonismo social desta população determinam o caráter particular da história afrodescendente. As especificidades da sociedade brasileira em relação às europeias são diversas levando a produção de cultura e histórias diferenciadas, sendo que estas especificidades são mais relevantes, quanto às populações africana e afrodescendente. Muitos conhecimentos específicos sobre as populações africanas e afrodescendentes estão sendo produzidos pelas universidades brasileiras e por pesquisadores sem a devida circulação destas informações. A Série Conhecimento Afrodescendente é parte do esforço em divulgar a produção de conhecimento existente sobre as populações negras no Brasil e da sua interação com as demais populações.
Prof. Dr. Henrique Cunha Júnior